Diante da crescente preocupação da sociedade com questões ambientais, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) determinou, por meio da Resolução 193, que as empresas e os fundos de investimento sigam padrões internacionais no reporte de ações ESG (sigla em inglês para as melhores práticas ambientais, sociais e de governança) a partir de 2026. Com a padronização, os demonstrativos serão mais transparentes, contribuindo para a reputação das companhias e para o acesso a recursos financeiros.
As normas adotadas serão as IFRS (sigla em inglês para Normas Internacionais de Relatórios Financeiros) S1 e S2, emitidas em 2023. A primeira é voltada para informações de sustentabilidade, determinando metodologias para a divulgação de dados sobre riscos e oportunidades, enquanto a segunda é direcionada a ações voltadas a questões climáticas. O Brasil é o primeiro país a adotá-las formalmente.
Ambas foram publicadas pelo ISSB (sigla em inglês para Conselho Internacional de Padrões de Sustentabilidade), entidade “irmã” do IASB (Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade), que visa estabelecer normas de sustentabilidade com a mesma efetividade das regras globais contábeis adotadas em mais de 200 países.
No Brasil, o CBPS (Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade), criado pelo CFC (Conselho Federal de Contabilidade) em 2022, é o responsável pela tradução das normas. A entidade foi criada para desempenhar um papel semelhante ao do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis), mas dedica-se aos pronunciamentos relacionados à sustentabilidade.
Os gestores podem se antecipar e começar a adequar as informações para facilitar a elaboração dos relatórios quando os novos padrões começarem a valer. Por isso, explicaremos a seguir o que cada norma abrange, além de dar dicas de como as companhias podem iniciar essa adaptação. Siga com a gente!
IFRS S1 e S2: o que elas têm em comum?
O principal item em comum entre as novas normas é que as organizações devem fundamentar os relatórios ESG em quatro pontos-chave:
- Governança: processos, controles e procedimentos de governança usados para monitorar e gerenciar riscos;
- Estratégia: abordagem utilizada para gerir os riscos e oportunidades;
- Gestão de riscos: processos que a entidade adota para identificar, avaliar, priorizar e monitorar riscos, e também as oportunidades;
- Metas e métricas: desempenho da empresa em relação a riscos e oportunidades relacionados ao tema, incluindo progressos em relação a metas estabelecidas ou que sejam obrigatórias por lei.
Os três primeiros tópicos são qualitativos, sendo que a companhia deve informar, por exemplo, questões regulatórias a que está sujeita, metas internas e estratégias de cumprimento. O quarto pilar tem caráter quantitativo, devendo ser destinado à mensuração dos resultados obtidos em determinado período a partir das ações adotadas – sendo possível informar o atingimento ou a evolução em direção aos objetivos traçados.
IFRS S1
Na prática, a IFRS S1 tem o propósito de esclarecer como questões de sustentabilidade afetam a posição financeira da empresa, o desempenho e o fluxo de caixa a curto, médio e longo prazo. No dia a dia, as empresas e os fundos de investimento podem gerenciar diversos itens dentro da agenda ESG cujo reporte enquadram-se nesta norma, tais como:
- Água: estratégias, políticas e programas de gestão da água para preservar os corpos hídricos, reduzir o consumo e aumentar o reuso;
- Embalagem: eliminação, reutilização e reciclagem de embalagens;
- Ética, compliance e governança: melhores práticas de governança de acordo com as regras e alinhadas aos valores corporativos;
- Energia: redução do consumo, uso de fontes alternativas de energia e ecoeficiência;
- Saúde e segurança ocupacional: condições de trabalho saudáveis e seguras para todos os colaboradores;
- Diversidade, inclusão e equidade: criação e manutenção de um ambiente de trabalho com diversidade, inclusão e equidade.
Ao identificar ações ou oportunidade nos temas de sustentabilidade – a exemplo de recursos hídricos, reciclagem etc. –, os gestores devem definir macropolíticas, procedimentos e metas para cada um deles, determinando como a governança funcionará em cada caso, assim como políticas, métricas e metas, relatórios, sistema de acompanhamento da evolução, gestão de riscos e investimentos necessários.
IFRS S2
Já a IFRS S2 visa esclarecer como questões climáticas afetam a posição financeira da empresa, o desempenho e o fluxo de caixa a curto, médio e longo prazo. Neste caso, o foco é nos riscos e nas oportunidades relacionados ao clima e que não podem, teoricamente, ser “razoavelmente” previstos de acordo com o segmento de atuação da companhia.
Um exemplo prático é a análise da resiliência climática, ou seja, a avaliação da capacidade de lidar com as adversidades que podem ser causadas pelas mudanças climáticas. A partir do resultado, é possível compreender as eventuais implicações para as finanças e como a entidade responderia a isso. Também será possível entender – e, principalmente, explicar ao mercado – sua capacidade de ajustar a estratégia e o modelo de negócios diante desse cenário.
Como se adequar às normas IFRS S1 e S2
O primeiro passo para as empresas que precisam se adequar às normas IFRS S1 e S2 é mapear processos e entender o contexto em que está inserida quando o assunto são as ações relacionadas ao meio ambiente, à sustentabilidade, ao clima, ao impacto social das operações e à governança. A partir de então, é possível criar métodos e procedimentos para obter, mensurar e analisar dados para uma divulgação transparente e precisa.
O auditor externo tem um papel importante para assegurar a veracidade das informações dos relatórios de sustentabilidade, que serão auditados junto com as demonstrações financeiras. Ele será fundamental para analisar controles, procedimentos de mensuração, teor das informações e demais detalhes dos reportes, proporcionando mais segurança aos stakeholders e, consequentemente, contribuindo para a reputação das companhias comprometidas com as pautas ESG.
Por se tratar de novas diretrizes com particularidades que precisam ser adaptadas à realidade de cada negócio, a recomendação é buscar um especialista para guiar a transição da companhia. A IRKO Hirashima conta com um time especializado e atualizado com as normas mais recentes. Clique aqui e fale conosco!
Sobre a IRKO Hirashima
A IRKO Hirashima foi fundada em 2017, originalmente como Irkonsult, empresa do Grupo IRKO — cuja atuação no país já soma mais de 65 anos. Em 2019, nos unimos à Hirashima Associados, companhia com 17 anos de mercado. Da união, surgiu uma marca ainda mais robusta na prestação de serviços nas áreas de Auditing, M&A, Risk Advisory, Tax Advisory e Accounting, entre outros, que vem crescendo exponencialmente.
Nosso quadro societário inclui profissionais com a mais alta qualificação e ampla experiência, como ex-sócios e diretores das conhecidas Big4, e contadores com certificação internacional (CPA e ACCA). Nosso time conta ainda com profissionais que atuam ativamente no grupo de implementação de normas internacionais de contabilidade junto à IFRS Foundation / IASB. Nossos sócios, por sua vez, integram Conselhos e Comitês de grandes companhias de capital aberto no Brasil, com trajetória comprovada nas melhores práticas de governança.
Temos como prioridades máximas o atendimento de excelência a nossos clientes e o desenvolvimento constante de nossa equipe. Por isso, fomos a primeira empresa da América Latina a oferecer a certificação internacional ACCA para todo seu quadro de colaboradores.
Nossos resultados também foram reconhecidos pela Leaders League, agência de rating internacional amplamente conhecida ao redor do globo. A IRKO Hirashima figura nos rankings das melhores companhias brasileiras nos segmentos de Audit, IPO Readiness e Transaction Services.
Em 2021, como parte do Grupo IRKO, passamos a ser membros da SMS Latinoamérica, rede com presença em 21 países, reconhecida internacionalmente e credenciada junto ao Fórum de Firmas do IFAC.
Junto desta rede, fomos listados pelo IAB (International Accounting Bulletin) a 8º maior empresa de serviços profissionais do Brasil em faturamento.